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Influenciadores

Dicas, partilha de experiências e best practices sobre blogging e influenciadores digitais

30.Jun.19

Entrevista João Gomes de Almeida, Managing Partner da Buzziness e Co-founder da Lisbon Awards Group

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Natural de São João da Madeira, João Gomes de Almeida começou por estudar Direito antes de entrar no mundo da comunicação e da publicidade. Tem um percurso invejável, passando pelas melhores agências em Portugal e apoiando a criação de um dos "um dos maiores players do mundo na área dos festivais de publicidade" - o Lisbon Awards Group. 

Nesta entrevista João devendou um pouco mais sobre o seu percurso desde a mudança para Lisboa, até ao seu livro "Devolvam-nos o Caviar", deixando ainda os seus conselhos para futuros profissionais da área!

 

Conte-nos mais sobre o João e o seu percurso.

Antes de mais gostava de referir que fui parar à publicidade, à comunicação, às colunas dos jornais e aos eventos que organizo sempre por mero acaso. Sou natural de São João da Madeira, a cidade mais pequena do país e foi lá que vivi até vir para Lisboa frequentar o curso de Direito - na altura não queria ser advogado, como a maioria dos meus colegas, mas sim político. Com quase 15 anos de distância, consigo perceber que foi um choque para mim. Não conhecia Lisboa e os hábitos da capital, deslumbrei-me rapidamente com tudo, principalmente com a política e com igual rapidez desiludi-me com o curso de Direito. Talvez tenha sido esse o início da minha história na comunicação.
Tinha 20 anos e havia muita coisa a acontecer. Uma nova geração de cronistas que desabrochavam dos blogues, projectos editoriais interessantíssimos como a revista Atlântico, programas de rádio impulsionados pela blogosfera como o que o Pedro Rolo Duarte tinha no Rádio Clube Português, acções de guerrilha política como as desencadeadas pelo Rodrigo Moita de Deus e companhia no 31 da armada e por aí em diante. Eram tempos incríveis, principalmente para um miúdo daquela idade. Tinha saído da Juventude Socialista e assumido-me como liberal de direita e tive a sorte de começar a escrever nessa altura em blogs que se tornariam muito conhecidos, como por exemplo o polémico Albergue Espanhol - que tem uma história a contar sobre a forma como impulsionou o aparecimento e a vitória de Pedro Passos Coelho.
Foi também com esta idade que lancei o meu primeiro projecto empresarial, sem nunca ter pedido um cêntimo emprestado à família. Uma autêntica catástrofe financeira que me fez ficar largos anos a pagar dívidas ao Estado. Era um jornal on-line e com distribuição gratuita em papel, chamado de "Portal Lisboa" que começou tão rapidamente como acabou. Depois disso, na mesma empresa, ainda criei uma pequena agência de comunicação especializada em política - onde trabalhei inúmeras campanhas, muitas destes partidos deixaram-me pendurado e deles nunca vi um tostão. 
Aos 22 anos tudo tornou-se insustentável e tive que voltar para o Norte, desta feita para Vale de Cambra, para casa dos meus pais. Foi um choque incrível com a realidade. Trabalhei numa pequena agência onde fazia redes sociais e um bocadinho de tudo. Adorei estar com os meus pais, mas não sentia que fizesse parte daquela cidade e principalmente daquela forma de olhar a vida e o mundo. Felizmente durou pouco tempo e menos de dois anos depois estava de volta a Lisboa, onde arranjei trabalho como Socialmedia Manager na BAR.
A BAR foi das melhores coisas que me aconteceu na vida profissional. Aprendi imenso com o Diogo Anahory e com o José Bomtempo, que tiveram a coragem de apostar num miúdo que fazia redes sociais e torná-lo num copywriter que haveria por - modéstia à parte - em pouco tempo atingir bastante sucesso. O resto é o que se sabe, tive a sorte de trabalhar em dupla com o João Amaral e num curto espaço de tempo limpámos todos os prémios de jovens criativos e de agências que havia para limpar em Portugal. De tal forma, que aos 27 anos me haveria de tornar Director Criativo da Nylon e menos de uma ano depois fazer de uma agência até aí desconhecida a Agência do Ano nos Prémios de Comunicação da Meios & Publicidade. Pouco tempo depois demiti-me da Nylon e nesse mesmo dia tinha 4 ou 5 propostas em cima da mesa, acabei como sócio e Chief Creative Officer da 004, um estúdio de design que ajudei a transformar em agência de publicidade e a trabalhar projectos incríveis como como a campanha da marca Windows, da Microsoft, para 11 países da Europa. Foi uma época muito interessante, onde corri vários dos mais importantes prémios do mundo na qualidade de jurado. 
Há um ano e meio, sensivelmente, acordei sair da 004 - os restantes sócios tinham uma visão diferente do que deve ser a ambição de uma agência e antes que as coisas deixassem de funcionar, fizemos o mais acertado que foi planear uma separação pacífica. Foi depois de todo este percurso que decidi duas coisas: criar a Buzziness e dedicar mais atenção ao Lisbon Awards Group - que detenho com a minha mulher. No primeiro caso o desafio passava por criar um modelo diferente de agência de publicidade e no segundo caso o nosso objectivo era criar um startup que não fosse só líder nos prémios e conferências de publicidade, mas também em todas as conferências e prémios dos mais importantes sectores da economia portuguesa. 
 
Da sua experiência na área, quais são, na sua opinião, as maiores alterações? E quais os maiores desafios? 
A área da publicidade mudou de uma forma avassaladora nos últimos 5 anos. O pior é que há 7, 6 e 5 anos eu já fazia parte do grupo de pessoas que diziam que nada ia ficar na mesma. Nessa época, o Digital representava apenas 4% do budget das marcas. Hoje, em média, já representa 50% - em pouco tempo será praticamente 100%. 
A verdade é que há 5 ou 6 anos Portugal teve uma oportunidade incrível de se adaptar e de enfrentar os desafios do Digital de forma a colocar-se na primeira divisão do sector a nível mundial. Em vez disso, a maioria dos profissionais da publicidade preferiram inventar estórias de que "o digital é uma moda", "o Facebook só vai durar mais dois anos", "é preciso é premiar boas imprensas", "a tv é e sempre será o mais importante" e por aí em diante. 
Não gosto de apontar culpados, mas a falta de renovação na liderança das agências, principalmente nos pelouros criativos, atrasou-nos décadas em relação aos outros países. Quando falo de renovação não falo de idades no cartão de cidadão, mas sim de mentalidades. Os resultados estão aí à vista: tornamo-nos praticamente irrelevantes nos principais prémios de publicidade mundiais; tirando raras e muito louváveis excepções, como a FCB Lisboa e mais algumas, o mercado parece amorfo, com pouco ou nenhuma iniciativa. O que se vê é quase sempre mais do mesmo, a campanha do mupi, tv e rádio, sem ideia e sem rasgo. É triste, mas o balanço não é muito positivo.
 
O que mais o entusiasma?
Durante muitos anos, a única coisa que me entusiasmava era mesmo a publicidade. Trabalhava muitas horas por dia, saía tarde e muitas vezes ainda ia dar aulas, escrever sobre publicidade, ler sobre publicidade, ver publicidade e fazer entrevistas sobre publicidade. Corria o mundo de festival em festival e desdobrava-me em Portugal para ir falar a todas as conferências e mais algumas para que me convidavam. Hoje as coisas estão um bocadinho diferentes. A publicidade continua a ser a menina dos meus olhos, mas já há mais coisas que me entusiasmam: o Lisbon Awards Group, as campanhas políticas, as minhas crónicas nos jornais e acima de tudo a incrível oportunidade de poder desfrutar de algum tempo como o meu filho e a minha mulher.
 
Quais foram as suas maiores aprendizagens até agora?
Esta não é uma pergunta nada fácil. Aprendi que somos capazes de conseguir praticamente tudo o queremos, desde que trabalhemos o dobro de todos os outros que concorrem por essa mesma coisa. Aprendi que a publicidade é um dos meios com pessoas mais interessantes em todo o mundo. Aprendi que infelizmente Portugal é um país muito pequeno e onde uma pequena elite ainda tenta dominar oligarquicamente todos os negócios do país. Aprendi que o mais importante é nunca desistir e que o segredo para o sucesso, como dizia o Churchill, é ir de derrota em derrota sem nunca perder o entusiasmo.
 
Está envolvido em vários projetos de relevo a nível nacional e internacional, trazendo a Portugal nomes de renome. Conte-nos mais sobre os vários prémios que co-organiza. 
A grande responsável por esses projectos é na verdade a Ana Firmo Ferreira, a minha mulher. Hoje estou mais envolvido com o Lisbon Awards Group e ocupo-me essencialmente em criar novos projectos que saem fora da área da publicidade, e que vão do Direito, à Saúde, passando pelos negócios, pelo Padel, pelos recursos humanos e muito mais. 
Penso que não estou a mentir se disser que o Lisbon Awards Group é já um dos maiores players do mundo na área dos festivais de publicidade e talvez o mais importante player nacional na organização de eventos corporativos próprios. Como dizia, estamos no direito com o Lisbon Law Summit e o Porto Law Summit, nos negócios com o Lisbon Business Summit, na saúde com o Lisbon Health Summit, no marketing com o Lisbon Marketing Summit e por aí em diante. A ideia é continuarmos a crescer todos os dias, não só em número de iniciativas, mas principalmente na relevância das mesmas.
 
Como surgiu a Buzziness? 
Quando saí da 004 ainda negociei a ida para grandes agências e consultoras, mas sou um tipo um bocadinho acelerado e com uma visão muito própria daquilo que acho que vai ser a publicidade no futuro. Odeio estar parado e gosto de fazer as coisas à minha maneira. Por isso criei a Buzziness, uma consultora de criatividade que actua na publicidade, nas relações públicas, na comunicação política, nos eventos e principalmente no digital. Temos optado por comunicar pouco, mas dentro em breve anunciaremos um passo de gigante. Até agora, temos crescido em negócio, clientes e em recursos humanos. Mais algum tempo e começaremos a fazer barulho.
 
Fale-nos mais sobre o seu livro “Devolvam-nos o Caviar”. 
Como já disse anteriormente, a política e os jornais sempre me fascinaram. É por isso que alimento uma coluna de opinião semanal no i. Sou um liberal de direita, monárquico e muitas vezes controverso. Gosto de ter opinião política e gosto da expressar, o livro nasceu do convite do meu editor, o meu amigo de longa data Gonçalo Martins, que me desafiou a compilar as melhores crónicas dos últimos anos. O prefácio é do Pedro Boucherie Mendes e o livro acaba por retratar um Portugal dominado por uma esquerda identitária, que prega aos sete ventos a sua moralidade e que depois vive em completa contradição com aquilo que sempre defendeu.
 
Como vê o futuro da publicidade e dos prémios em Portugal?
Sabe quando passamos todos os dias à frente de um restaurante que sabemos que já foi bom mas que agora está vazio e já não é grande coisa? No íntimo pensamos: caramba, como é que isto ainda está aberto. Depois há um dia em que de repente fecha e reabre com novos donos, um bom conceito, uma imagem moderna e comida melhor - magicamente fica cheio. É essa a minha esperança para a publicidade em Portugal e na verdade as coisas parecem começar a mexer. Houve movimentações importantes como o aparecimento de novas agências de bons criativos seniores como o Marcelo Lourenço, o Pedro Bexiga, o Jorge Coelho, o João Ribeiro e o Miguel Durão, houve o regresso a Portugal de bons profissionais como o João Espírito Santo e o André Sousa Moreira, houve agências digitais que têm vindo a surpreender como a comOn e a Loba, entre outras, e houve agências mais clássicas que se reinventaram como a FCB Lisboa e a agora Lola Normajean. Nem tudo é mau e há sinais de que as coisas podem começar a mudar para melhor. Espero bem que sim.
 
Qual o conselho que deixaria para os nossos leitores que pretendam enveredar nestas áreas?  
O vosso sucesso está dependente de apenas duas coisas: a vossa capacidade de trabalho e a vossa cultura geral. A má notícia é que sem estas qualidades nunca vão a lado nenhum. A boa notícia é que ambas são passíveis de serem trabalhadas. Mantenham o vosso foco e o sucesso aparecerá naturalmente. 
 
23.Jun.19

Entrevista Samanta Duarte: Blog Onde andam os Duarte?

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Com um percurso profissional muito diversificado, onde se inclui a organização do evento Link Bloggers Meeting, Samanta Duarte é uma das caras por trás do blog Onde andam os Duarte. Um blog para os amantes de viagens e que descomplica as viagens com bebés ou crianças. 

Samanta e António já visitaram juntos mais de 40 países e cerca de 80 cidades e o filho André, com apenas 5 anos, já teve a oportunidade de visitar países em 4 continentes. 

Nesta entrevista Samanta partilhou um pouco sobre o seu percurso, partilhando dicas tanto de viagens como para futuros bloggers nesta área. 

 

Conte-nos mais sobre o blog Onde andam os Duarte. Como e quando surgiu?

O blog Onde andam os Duarte? é um blog de viagens com crianças. Partilhamos as nossas viagens, dicas para facilitar as viagens com as crianças, provamos que com os normais 22 dias úteis de férias, e um orçamento mais reduzido, se pode fazer muita coisa.

Damos aquele empurrão de coragem, que os pais recentes precisam para voltar a viajar.

Existem muitos mitos em relação às viagens em família.

O blog quando surgiu não era exactamente assim. Era um blog escrito por mim, directamente para o meu filho André, na altura com quase 1 ano. Eu estava muito doente e queria deixar uma espécie de diário digital para ele se lembrar um dia mais tarde das nossas viagens. O pai iria continuar a contar as histórias sozinho, e passar-lhe o blog um dia que ele o quisesse.

 

Como é que a sua atividade profissional contribui para o blog?

Eu sou formada em Turismo, ramo de Marketing. Trabalhei num hotel em Londres, como tripulante de bordo no Qatar, e muitos anos no aeroporto de Faro em várias funções. Mas, quando quis fazer um blog de viagens, não fazia a menor ideia da empreitada que tinha pela frente, e rapidamente percebi que precisava fazer muita formação na área do Marketing Digital.

Não era só “despejar” lá texto, se queria que ficasse bonito e bem feito.

Estava em casa, não podia conduzir e dependia de familiares e amigos para quase tudo, então ocupei o tempo todo a estudar e a organizar o blog.

Hoje em dia, concilio o blog, trabalhos na área do Marketing, criação de conteúdos e formação.

 

Como faz a seleção do que partilhar sobre a sua vida pessoal no blog, nomeadamente sobre o seu filho?

Não partilho quase nada pessoal no blog. O blog fala apenas de uma parte da nossa vida em família. Muitas pessoas quando nos encontram dizem “Estão por cá? Não estão em viagem?”, porque é o que vêm.

Não viajamos o tempo todo e temos muitas outras atividades quotidianas, como é óbvio.

A seleção é exactamente essa. Só está no blog as viagens. Mostramos o que é bonito. De coisas feias e tristes, está a internet cheia! Falamos de dificuldades em viagem, claro, mas não colocaria por exemplo uma foto do meu filho debilitado ou numa situação em que não se gostasse de ver um dia mais tarde.

Aliás, mais tarde quando ele for adulto, este blog será dele.

 

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Como lida com a exposição?

Não sinto muito a exposição. Mudámos para uma aldeia pequena. Os vizinhos são estrangeiros ou mais velhos do que nós, ninguém liga. Aqui somos tratados pelo nome, sabem onde nos encontrar, pedem dicas de viagens mas porque ambos trabalhámos no aeroporto, e porque lhes pedimos para regar as flores quando estamos muitas vezes fora. Não por saberem que existe um blog! (risos)

O facto de no blog estarem apenas viagens, não nos dá muita exposição. Não se fala de coisas mediáticas, política, doenças ou outros temas quentes.

 

Como decidem qual o próximo destino a visitar?

Depende… temos uma lista longa de lugares que gostaríamos de ir, procuramos várias opções e escolhemos o próximo destino conforme a tarifa de voo que conseguimos, pois é a maior fatia do orçamento das viagens.

Às vezes alguém nos indica um lugar, pesquisamos informação, gostamos e depois com tempo começamos a procurar a forma mais económica de lá chegar.

 

Como alimenta o blog durante as viagens?

Não consigo escrever posts longos durante as viagens. Não levamos o computador. Colocamos algumas fotos e stories no Instagram, sem edição nenhuma, directamente da máquina fotográfica ou do drone.

Nas viagens tentamos aproveitar ao máximo. Só vemos os telemóveis à noite.

De outra forma não seria honesto. As viagens são mesmo momentos em família, para nos ouvirmos, brincar e conversar sem a pressão do tempo, que todos temos diariamente.

 

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Para quem gere um orçamento reduzido, que conselhos gostaria de deixar?

Se viajar é uma atividade que tem impacto na vossa felicidade e vida familiar, tornem-na realmente prioritária. Nós mantemos um mealheiro ao longo de ano só para isto, para que, quando a oportunidade de um voo económico aparece, termos o dinheiro disponível.

Vão por vossa conta, escolham lugares fora dos grandes centros turísticos mais caros.

As crianças gostam de tudo, principalmente estar com os pais 24h, não precisam de parques temáticos ou grandes hotéis com atividades para crianças.

 

Qual é a importância das redes sociais para o blog? Como faz a gestão das mesmas?

Metade do tráfego do nosso website provém das redes sociais. Não dá para as ignorar, se queremos ter leitores assíduos.

As redes sociais consomem muito tempo, e eu tomo conta de tudo sozinha. Sinto que poderia fazer mais e melhor, mas a família é a minha prioridade, faço questão que o André venha cedo da escola, dar-lhe o lanche, brincar, etc.

A nossa vida é super simples.

 

Qual o seu conselho para futuros bloggers na área das viagens?

Há cada vez mais blogs de viagens, ser original não está fácil, há muitos parecidos ou mesmo cópias.

O conselho que deixo é: sejam coerentes, utilizem as boas práticas e relaxem. Não estão numa corrida louca, de olhos vendados. Deem o vosso melhor, de forma sincera e irão conquistar a audiência certa: a que está lá sempre a apoiar, a perguntar porque se ausentaram, a comentar, a partilhar e, principalmente, a dar um feedback positivo e motivar-vos a continuar o blog.

 

16.Jun.19

Entrevista Rita Sampaio: Organização do LINK Bloggers Meeting

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Rita Sampaio é co-fundadora do SHARE Algarve, consultora e formadora nas áreas do Marketing e Comunicação, assim como é também uma das responáveis pelo Link Bloggers Meeting, o evento na área do marketing digital com especial enfoque em influenciadores.

O evento decorre em Faro já no próximo sábado, dia 22 de junho, e pedimos à Rita que partilhasse um pouco mais sobre o seu percurso, a sua visão da blogosfera nacional e sobre o evento nesta entrevista. 

 

Conte-nos mais sobre o seu percurso e como surgiu a ideia para o LINK Bloggers Meeting.

Sou Designer de Comunicação há 15 anos, adoro o mundo digital e durante o meu percurso profissional tive de aprender muito sobre Marketing. Organizei centenas de eventos quando trabalhei num grupo de saúde privada, e descobri que a adrenalina da organização me fazia sair da rotina e motivava a dar o meu melhor.

Em 2016, inspirada pela Web Summit, decidi que estava na hora de criar os meus próprios eventos. Quis trazer um pouco do que vi na Panda Conf, o palco de marketing, para o Algarve, pois aqui não haviam eventos especializados, e criei a Share Algarve, com um conceito de partilha de conhecimento e experiências. Pensei que iria ter cerca de 80 pessoas, mas chegámos aos 350 participantes. O grande sucesso da conferência catapultou completamente o meu percurso e também me fez sair do anonimato e da minha zona de conforto.  

Entretanto decidi dedicar-me a novos projetos, e em conversa com a Samanta Duarte, em que me comentou a falta de eventos para influenciadores, e a ideia de fazer um encontro no Algarve. Ela sentia que faltava em Portugal um evento em que marcas, agências e influenciadores, pudessem partilhar experiências, acabar com alguns mitos e esclarecer sobre boas práticas.

Conheço a Samanta há alguns anos, considero-a uma lutadora, e alguém que reúne um grande conhecimento sobre Marketing Turístico. Adorei a ideia e o caráter inovador, então fez todo o sentido para mim juntar-me a ela e irmos com a ideia para a frente.

 

O que pode desvendar sobre o evento?

O LINK irá ter quatro momentos principais:

- Uma manhã de conferências com profissionais da área: agência, bloggers, influenciadores e marcas.
- À tarde teremos dois workshops: um de maquilhagem e um de fotografia.
- Após os workshops irá haver um passeio fotográfico pela cidade de Faro, com prémios a concurso para as melhores fotos publicadas nas redes sociais. Neste passeio teremos um acesso exclusivo a um Miradouro magnífico, que está fechado ao público há mais de 30 anos e foi agora reabilitado.

- No final do dia, entregamos os prémios e encerramos com uma festa “Sunset” no rooftop do hotel, pois os participantes do LINK terão acesso ao Festival de Rooftops ”Açoteia” a decorrer em diversos pontos da cidade.

Haverá mais surpresas, que não vou revelar já, terão de descobrir em Faro!

 

O que podemos esperar do dia?

Podemos esperar um dia de muita partilha e animação. Com conferências, networking, workshops e passeios, acreditamos ter o cocktail ideal para contribuir para a valorização profissional dos influenciadores. Para quem trabalha com Marketing de Influência, irá certamente levar ideias mais claras de como o fazer com mais confiança e conhecimento.

 

Como foi feita a seleção dos convidados?

Os convidados foram selecionados com base na sua experiência e know-how em Marketing Digital. Queríamos ter os quatro players principais deste negócio: influenciadores, agência, marcas e marketers, pois o objetivo é fomentar a discussão acerca da colaboração entre estes, para se chegar a algumas conclusões sobre boas práticas.

 

Porquê Faro?

Faro é a cidade onde vivemos e trabalhamos, e pela qual somos apaixonadas. Nesta área existem muitos profissionais a precisar deste encontro, para fazer se conhecerem, partilharem experiências, e aprenderem mais sobre marketing de influência.

Também temos uma interessante comunidade estrangeira, de muitas nacionalidades, a residir ou visitar o Algarve, e em Faro especificamente verificamos que o número de nómadas digitais e trabalhadores remotos tem vindo a crescer consideravelmente.

 

O que traz de novo para a blogosfera nacional?

O LINK Bloggers Meeting traz um evento inovador numa dimensão nacional, pelo foco num nicho específico do Marketing Digital. Traz partilha de conhecimento e boas práticas nesta área, assim como valorização para o reconhecimento desta nova profissão, que ganha cada vez mais um lugar de destaque na blogosfera. Um evento presencial serve ainda para potenciar as ligações que já acontecem online, e que com um encontro “em carne e osso” podem resultar em oportunidades de trabalho para muitos dos participantes.

 

Quais os próximos projetos para o futuro?

Para já, podemos dizer que após esta 1ª edição iremos analisar o feedback dos participantes, para podermos melhorar no futuro.

Em 2020 a edição vai certamente ser maior, pois a adesão já está a decorrer acima das nossas expectativas. Com mais tempo de organização e divulgação, para o próximo ano o evento já terá uma história de sucesso e mais marcas irão querer aproveitar a oportunidade para marcar presença. Também gostaríamos de atrair mais participantes internacionais, pois vemos que o evento tem o potencial para se tornar relevante a nível europeu. O tema é muito atual, e temos excelentes condições para receber aqui em Faro. A época do ano é fantástica, com temperaturas de 30º, e como estamos em época média, os valores de alojamento ainda estão acessíveis.

 

Qual a sua opinião sobre o futuro da blogosfera nacional?

Acompanho e gosto de ler diversos blogs desde o seu início há 10 ou 15 anos, como A Pipoca mais Doce, Às 9 no meu blogue ou Dias de uma Princesa. Com a evolução das redes sociais, fui passando a acompanhar mais os conteúdos através do Facebook e agora mais no Instagram. Poucos bloggers conseguiram manter o blog e as redes sociais activas em simultâneo, pois passou a exigir um investimento em tempo, e uma disciplina muito maior. A maior parte começou a trabalhar com marcas para monetizar o investimento, mas na minha opinião muitos perderam a sua essência, e deixei de os seguir por terem quebrado a minha confiança neles enquanto influenciadores. Não preciso de apontar nomes, mas por exemplo desiludiram-me mães que defendiam a amamentação e passam a fazer publicidade a substitutos do leite e papas, ou bloggers que promovem a alimentação saudável num dia e no dia seguinte estão a ler press releases de uma cadeia de fast-food. A minha opinião como “seguidora profissional” (risos) é que ninguém vive do ar, e que o trabalho dos influenciadores e bloggers deve ser valorizado, mas também que estes devem encontrar nichos, e tal como uma marca se constrói de valores, também os blogs devem ser fiéis aos seus princípios, para terem um impacto positivo nos seus seguidores e se tornarem sustentáveis. Considero também necessária a implementação de regras para que todos trabalhem com transparência, eu como leitora quero saber o que é publicidade paga por uma marca, e o que é genuinamente uma opinião sobre um produto ou serviço, sem fins comerciais.

 

Que conselho deixa para os nossos leitores que já estão presentes na blogosfera ou que pretendem criar um blog?

Para quem está na blogosfera, as palavra são de apoio. Não é fácil manter-se ativo com os desafios atuais, em que cada vez mais pessoas estão presentes no meio digital, e não é fácil captar atenção dos utilizadores. Para quem pretende criar um blog, o conselho é para serem originais e coerentes, façam formação qualificada e com quem já tem experiência. Tenham a certeza que conseguem trabalhar nesta área multidisciplinar todos os dias, é um trabalho muito intenso mas que com dedicação tem bastante retorno, não só financeiro como em termos de desenvolvimento pessoal e network.

 

06.Jun.19

Link Bloggers Meeting: Encontro de Bloggers e Influenciadores

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O Link Bloggers Meeting é um evento na área do marketing digital com especial enfoque em influenciadores e decorre já no dia 22 de junho em Faro. Trata-se de um encontro de criadores de conteúdo - Bloggers e Influenciadores - para partilha de conhecimento e cujos destinatários são Bloggers, Influenciadores, Agências, Marcas & Marketers. 

Entre os oradores das conferências que constituem a manhã do evento, encontram-se, entre outros, Martim Mariano, Janine Medeira, Sofia Castro Fernandes e Carolina Afonso, co-autora do Ser Blogger, que dinamizará uma talk sobre "Realidade Aumentada aplicada a Lifestyle".

No evento haverá ainda um passeio fotográfico, um Workshop de fotografia e uma Masterclass de Maquilhagem. O dia terminará com uma Sunset Pool Party no Rooftop Eva.  

Veja mais sobre o evento e faça a sua inscrição aqui: https://lnkd.in/dacJfaT