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Influenciadores

Dicas, partilha de experiências e best practices sobre blogging e influenciadores digitais

23.Mai.19

ENTREVISTA RICARDO TOMÉ RESPONSÁVEL DE DIGITAL DA MEDIA CAPITAL E DOS BLOGS DA IOL

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Licenciado em Marketing e Publicidade pela Escola Superior de Comunicação Social, diplomado pela New Media Technology College/Dublin em Interactive Television & New Media e Master em Transmedia Storytelling pela E.B.U. – Genebra, Ricardo Tomé é o Diretor-Coordenador da Media Capital Digital, a empresa do grupo que gere a estratégia e operação interativa para as várias marcas - TVI, TVI24, IOL, MaisFutebol, AutoPortal, etc.- com foco especial na área mobile (Rising Star, MasterChef, SecretStory) e Over-The-Top (TVI Player). Possui uma larga experiência na gestão de projetos na área digital e multimédia, tais como o mobile RTP, o projeto “5i”, a definição e coordenação das estratégia de Redes Sociais para as várias marcas do grupo RTP e o RTP Play, para além da gestão das parcerias online com os principais players do mercado. 

 

Pedimos ao Ricardo que nos falasse um pouco mais sobre o seu percurso, o trabalho com os blogs do ano e que deixasse alguns conselhos para futuros bloggers.

 

  1. Conte-nos um pouco mais sobre o seu percurso e como chegou a à direção da área digital do Grupo Media Capital.

O meu percurso na Media Capital inicia-se há precisamente 5 anos, a partir de um convite feito pela Administração do Grupo e da anterior direção. O passado profissional tinha começado na publicidade e mais tarde entro num projeto online pioneiro para a criação de um grande portal web, que infelizmente foi cancelado a meio devido à ‘bolha da internet’; felizmente nem tudo do projeto foi perdido pois a equipa veio a ser integrada na RTP como o núcleo Multimédia na altura; desenvolvemos as primeiras TVs Interativas, as mecânicas pioneiras de passatempos online e mais tarde por SMS e IVR, acordos e parcerias com SAPO, Twitter, Google, Microsoft, Youtube e Facebook. Com o desenvolvimento mobile começo a trabalhar ainda mais a integraçãoo das redes sociais e do mobile com a TV e os programas de entretenimento, informaçãoo e desporto. Lançámos a primeira verdadeira app second-screen em Portugal e projetos inovadores como o “5 Para a Meia-Noite” ou o RTP Play. Quando entro na TVI em 2 meses tivemos de lançar o “Rising Star”, um programa onde, sem app... não havia programa. No ano seguinte lançamos o TVI Player e 5 anos depois conseguimos tornar a TVI vs SIC e RTP como a mais seguida em todas as redes sociais e em abril tornámo-nos mesmo a marca que mais portugueses visitaram em Portugal, à frente de CM, Público, DN e JN.

 

  1. Tendo em conta a sua vasta experiência, quais foram os melhores conselhos que lhe deram e que gostaria de transmitir aos nossos leitores?

Nada muda de um dia para o outro mas tudo muda – ou melhor, vai mudando; parece que não muda mas de repente, já mudou; foi assim com as redes sociais e o mobile; em 5 anos tudo parecia estar a mudar mas sem mudar efetivamente... e de repente em 2 anos tudo se consolidou e a mudança foi brusca e transversal na sociedade. Outro, nada ficará igual ao que foi feito muito tempo; há uma necessidade de atualização permanente; se o produt digital está parado e igual há algum tempo, provavelmente já foi ultrapassado e só nós é que ainda não reparámos nisso... Adicionalmente, é melhor feito que perfeito; o importante mesmo é nunca parar de melhorar. Por fim destacaria também que o público odeia mudanças; é sempre preferível alterações várias distribuídas no tempo do que grandes revoluções que mudam tudo nos interfaces, experiência de utilização, etc. Estas são algumas. A última, transversal, é que só conseguimos manter-nos atualizados por paixão; ao contrário de outras disciplinas, há um ‘reset’ de algum conhecimento permanente; estamos sempre a questionar-nos se “insto ainda é assim” e só com paixão pela área nos mantemos a ler, experimentar, auto-criticar, para assim evoluir e não estagnar.

 

  1. Quais são os maiores desafios da gestão de todo o conteúdo de um grupo como o Grupo Media Capital?

O maior desafio no digital para os conteúdos num mercado pequeno e de dimensão também modesta no investimento publicitário é sem dúvida conseguir ser rentável. É fácil cair na tentação de investimentos em tecnologia e/ou talento que facilmente se tornam irrecuperáveis. Adicionalmente, a conjugação de culturas. Temos a cultura muito própria da rádio e da TV. E a cultura em muitas coisas diferente do digital. Esta conjugação é fundamental, para que consigamos ajudar e ampliar a rádio e a tv mas ao mesmo tempo desenvolver o digital. Igualmente, há um desafio que é conseguir conjugar o conhecimento da audiência, desenvolvimento de práticas assentes em dados, sensibilidade criativa para os conteúdos, a tecnologia ajustada e leve para a produção e por fim a técnica para o maior poder de fogo na distribuição. Como somos uma área criativa, em cima de tudo isto, o maior desafio é conseguir maximizar o poder e o talento natos de cada pessoa da equipa. Se isto falha, tudo o resto falha.

 

  1. Como surgiram os Blogs do Ano?

Havia um vazio em Portugal que identificámos. Falámos com algumas pessoas para entender o porquê de não existir um evento que premiasse os novos talentos no digital. Todos nos diziam que já tinha sido pensado mas que “era complicado” e que “não funcionaria”. Achámos que valia a pena pelo menos tentar. Avançámos com a convicção de que era mesmoa importante para a nossa sociedade, ainda mais no digital. O sucesso da iniciativa veio dar-nos razão.

 

  1. O que nos pode dizer sobre o processo de seleção dos candidatos e a eleição dos vencedores dos Blogs do Ano?

Muito, muito trabalhoso! Acredito que a maior parte não tenha noção do imenso trabalho que temos. São milhares de contas, divididas por várias categorias. Todas têm de ser vistas, analisadas, respeitadamente votadas. É feita uma shortlist depois desse processo que demora 1 mês. Segue depios para os jurados. Nova análise e votação final. E assim ficam encontrados os finalistas que vão a voto do público.

 

  1. Na sua opinião, qual será o futuro dos blogs em Portugal?

Estamos precisamente a avaliar ;)

 

  1. O que recomendaria a um futuro blogger? 

Resiliência. Autenticidade. Persistência. Coerência. Trabalho. Muito trabalho. Máxima energia colocada na produção de excelentes conteúdos. Por fim, empatia natural.