No seguinto da última publicação no blog, na qual procuramos mostrar a opinião das marcas e qual a sua relação com os influenciadores, tal como prometido, hoje mostramos parte da estratégia da Clinique e qual a opinião da Marketing Manager da marca, Cláudia Mateus, sobre os micro-influenciadores e o futuro das colaborações com Influenciadores no futuro.
Esperamos que esta entrevista seja útil para os nossos leitores e que esclareça algumas das suas dúvidas em relação às colaborações entre os influenciadores e as marcas!
Como é feita a seleção dos influenciadores que trabalham com as marcas que gere?
Começámos por definir um objetivo para a marca.
A Clinique é reconhecida como uma autoridade no setor da cosmética e com a campanha “Clinique Girls” queremos aumentar o reconhecimento e a perceção do público como uma marca trendy, uma love brand que se preocupa em desenvolver produtos inovadores que respondem ao estilo de vida dos dias de hoje – em que o tempo é cada vez mais limitado e queremos estar sempre bem física e psicologicamente.
A grande transformação da comunicação da marca, é que sendo jovem e visionária com uma voz otimista e sincera, tinha que alterar a sua forma de comunicar. Com os influenciadores digitais, conseguimos veicular mais informação através do vídeo para uma audiência que se identifica: uma determinada cor ou textura de batom, como disfarçar as olheiras com um novo corretor, ou como se solucionou uma preocupação de pele. Qualquer outro formato de comunicação não seria veiculado tão rapidamente, nem de um modo tão eficiente.
Depois pensámos na estratégia para conseguir comunicar este objetivo e sem dúvida as influenciadoras são a forma mais rápida e eficiente de passar a mensagem ao nosso target.
Depois pensámos em quem teria afinidade com a marca, fizemos uma lista das que tinham mais audiência e destas as que faziam o fit com a marca e com o objetivo que propusemos.
Começámos com reuniões, apresentámos o projeto, que foi imediatamente abraçado por todas e chegámos á parte da negociação, que acabou por ser o “filtro” final da relação com elas.
O nosso maior objetivo é transmitir esta genuidade e espontaneidade que consideramos ser essencial na nossa comunicação. Sempre assente nas mensagens positivas da marca, que tem uma resposta para todas as mulheres, tipos de pele e preocupações com a mesma.
Não queremos exclusividade, no entanto estamos atentos a outras marcas com que trabalham. Nestas parcerias, queremos espelhar a relação real das mulheres com as marcas e sabemos que as mulheres hoje em dia fidelizam-se muito mais a produtos do que a marcas, mas confiam nas marcas que lhes oferecem os produtos que gostam e são exigentes com as suas escolhas.
O que ditou a escolha destas influenciadoras?
Queríamos mulheres com diferentes experiências que se identificassem genuinamente com a marca - isto é, que nas suas vidas já se tivessem cruzado com a marca Clinique como clientes. Para algumas, foi a primeira marca que usaram no âmbito de cuidados de pele, outras já utilizavam os nossos produtos de maquilhagem no seu dia-a-dia. Tinha de existir uma relação emocional positiva.
O nosso maior objetivo é transmitir esta genuidade e espontaneidade que consideramos ser essencial na nossa comunicação. Mensagens positivas fazem parte do ADN da marca, que tem uma resposta para todas as mulheres, tipos de pele e preocupações com a mesma.
Foto: Markteer
Quais são os critérios para a escolha de uns em detrimento de outros?
O perfil da Influencer: desde as fotos, às parcerias e ao tom usado para comunicar, tal como a sua audiência. Não só os números, mas a qualidade da conversação, dos comentários.
Como funciona a relação? Mais pontual ou duradoura?
Neste momento temos contratos a 6 meses, que engloba um plano definido em várias redes sociais, e que são renováveis se fizer sentido para ambas as partes.
Temos também colaborações regulares, sendo que algumas já duram há quase 2 anos.
Já trabalharam com micro-influenciadores? Qual a sua opinião em relação aos mesmos?
Já trabalhamos e é uma enorme tendência. Estamos sempre à procura de caras novas e vamos acompanhando o trabalho delas. Percebemos que podemos começar uma relação interessante, apesar de terem audiências mais reduzidas, por vezes têm um grande poder de influência sobre o seu público, ainda que pequeno e isso pode ser interessante para algumas estratégias da marca.
Na sua visão enquanto marteking manager da Clinique, qual acredita que será o futuro das colaborações entre marcas e influenciadores?
Os meios digitais são muito rápidos, pelo que é muito difícil prever este futuro.
Hoje para a Clinique, este era o caminho indispensável para comunicar com um novo público que não consome os meios de comunicação tradicionais, como a televisão ou a imprensa, e privilegia o universo online na procura por informação.
Para este público, os Youtubers são os veículos dessa informação, e são pessoas que esta geração admira, acompanha diariamente, respeita e com os quais se identifica. Na realidade, são um fenómeno em crescimento e captam cada vez mais a atenção do seu público, tornando-se verdadeiros influenciadores nas decisões de consumo.
A única certeza é que o futuro destas colaborações depende do consumidor, onde é que ele está e o que é que ele quer. As nossas marcas são “obcecadas” pelo consumidor, e é sempre por aí que temos que definir o nosso caminho.
O amadurecimento das gerações que são hoje o publico principal dos influenciadores vai amadurecer e vai ter menos tempo para se dedicar às redes sociais, o panorama socio económico também vai influenciar a relação de cada um com a forma de consumir e a própria velocidade da evolução digital ( IOT, IA, etc) vai moldar e transformar os nossos hábitos sociais.
A única certeza é que estamos muito atentos ao futuro.