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Influenciadores

Dicas, partilha de experiências e best practices sobre blogging e influenciadores digitais

30.Jan.18

Feedback do leitor #17

Feedback da nossa leitora Graziela Costa:

Por isso, para quem se quer aventurar no mundo dos blogs e está perdido como eu estava quando comecei o meu blog recomendo-vos a leitura do livro"Ser Blogger" (Editora Marcador), de Carolina Afonso e Sandra Alvarez. Duas profissionais da área do marketing e comunicação que reuniram num livro questões que vos vão ajudar a definir qual o tipo de blog indicado para vocês, o target, a plataforma, dicas em relação ao seu design, formas de divulgação, rentabilização (ainda que vos diga que esta é a parte mais difícil de todas e pela qual ainda continuo a lutar) e finalmente como analisar as vossas plataformas para que possam fazer crescer ainda mais os vossos blogs.

 

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 Fotografia de Graziela Costa. Blog da Graziela: My Cherry Lips

 

21.Jan.18

Entrevista Vânia Duarte do blog Lolly Taste: de uma mixórdia de temáticas ao amor próprio

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Fotografia de Vânia Duarte (Lolly Taste)

 

De 2010 até agora, muita coisa mudou no Lolly Taste. Começou por ser um espaço de evasão do seu dia a dia e de um trabalho que não a fazia feliz, mas que evoluiu para um espaço de partilha honesta e muito pessoal. Vânia Duarte partilha a sua experiência e procura ajudar quem passa pelo Lolly Taste a superar alguns dos problemas que a própria teve de superar.

Nesta entrevista, para além de dar a conhecer um pouco mais do universo do Lolly Taste, Vânia ainda partilha conselhos para quem quer iniciar uma vida mais saudável e equilibrada e fala sobre o Blogging for a cause, o evento solidário que co-organizou. 

 

Como nasceu o Lolly Taste? De onde surgiu a inspiração?

Bem, eu sempre amei blogues. E tive vários na verdade mas nunca me comprometi com nenhum. Para mim, ter um blogue era simplesmente uma forma de expandir a minha criatividade, de partilhar coisas que gostava e de conhecer outros blogues. Mas a verdade é que nunca me aguentei muito tempo com um espaço online e, por isso, a maioria dos meus blogues duravam mais ou menos 6 meses. Entretanto, em 2010, eu estava a estudar e trabalhava num sítio que não me fazia muito feliz. Queria muito sair dali, mas precisava do dinheiro para pagar o curso. Então, num dia em que estava super desmotivada, decidi criar o Lolly Taste como forma de me ocupar e, acima de tudo, de encontrar um escape num trabalho que me aborrecia muito. Mal sabia eu que ao final de quase 8 anos continuo completamente rendida a este espaço.

 

No blog fala de tudo um pouco. Há algum tema sobre o qual prefira falar?

O Lolly Taste foi durante a maior parte do tempo uma grande mixórdia de temáticas. Eu partilhava basicamente sobre tudo o que via e gostava, mas nunca senti que tivesse efectivamente encontrado um nicho que me enquadrasse. Entretanto, em 2015, senti-me muito saturada do blogue e decidi parar de escrever. E assim estive durante 1 ano. Até que em 2016 a vontade voltou. Eu estava a passar por uma fase muito complicada, com uma dieta muito restrita que me deixou bastante doente e decidi voltar ao blogue para desabafar. Comecei a falar sobre alimentação saudável, sobre procurar um maior equilíbrio até que, algures em Agosto, fiz um grande post com um profundo desabafo sobre ter falhado nisto de ser saudável. E esse post, sem eu estar à espera, teve um feedback incrível. Muitas pessoas identificaram-se com o meu desabafo, com a pressão do corpo perfeito, com a confusão das dietas que existe hoje em dia e desabafaram imenso comigo. E percebi que, sem estar à procura, tinha encontrado o meu nicho. A partir daí comecei a falar mais sobre o meu passado turbulento com dietas, bulimia, ataques de pânico e aos poucos o Lolly Taste tornou-se um site de amor próprio - como gosto de lhe chamar. Acima de tudo é um espaço que procura mostrar que é possível vencer os nossos demónios e sermos felizes com o espelho e com a balança.

 

Onde vai buscar inspiração para as receitas que partilha?

Acho que me inspiro em muitos sítios. No Pinterest, em contas de Instagram que sigo, em trocas de ideias com amigas e em muitas experiências que faço em casa. Normalmente quando uma receita me corre bem, gosto de experimentar diferentes variantes e, assim, com algumas mudanças, vou tendo receitas novas.

 

O que diferencia o Lolly Taste dos restantes blogs?

Sinceramente acho que é a honestidade com que falo de temas muito pessoais e sensíveis. Muitas pessoas acabam por sentir uma espécie de conforto ao lerem-me, porque percebem que não estão sozinhas. A compulsão alimentar, a pressão para um corpo perfeito, as mil dietas, a ansiedade e a depressão são temas com que muitas mulheres se identificam e ao verem-me dar-lhes voz de uma forma tão sincera e despida de medos, acabam por criar afinidade. As pessoas que me lêem desabafam muito comigo, contam-me coisas muito pessoais porque efectivamente olham para mim como alguém que as compreende. 

 

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Fotografia de Vânia Duarte (Lolly Taste)

 

Partilha muito da sua experiência pessoal. É fácil para si partilhar informações muito pessoais online?

Sim, hoje em dia é. A verdade é que, quando comecei a falar mais sobre a minha luta com a imagem corporal, desabafar sobre este assunto foi uma forma de me ajudar algumas vezes a manter-me equilibrada. Entretanto acabei por perceber que ao fazê-lo, estava efectivamente a ajudar outras pessoas a encontrarem-se e a sentirem que não estavam sozinhas nas suas próprias lutas. E saber que posso ajudar alguém a conseguir viver mais feliz e sem medos, acaba por ser motivação suficiente para continuar a abrir o meu coração de forma tão pessoal.

 

Segue outros blogs? Quais?

Sigo alguns. Houve uma época em que seguia muitos, mas hoje em dia acabei por reduzir a lista e deixar somente aqueles com que me identifico mesmo. Gosto muito do blogue da Catarina Alves de Sousa, o Joan of July. A Catarina é uma exímia escritora e tem sempre temas muito interessantes no blogue. Adoro o blogue da Vânia Ribeiro, o Made By Choices, que para mim é o melhor blogue português de culinária vegan. E gosto também muito do blogue da Helena Magalhães. A Helena escreve muito muito bem e faz-nos pensar a fundo nas coisas.

 

Já colaborou com alguma marca? Como vê as colaborações num blog tão pessoal como o Lolly Taste?

Sim, já colaborei com algumas marcas mas foram poucas porque, a verdade é que eu sou muito esquisita com parcerias. O Lolly Taste é um blogue muito pessoal e quem me lê está habituado a honestidade acima de tudo, por isso para mim só faz sentido associar-me a marcas que efectivamente use. E, na realidade, quem me conhece sabe que isto é verdade – eu ligo muito pouco a este universo de receber coisas. O facto de o meu blogue estar associado à vida saudável acaba por atrair por exemplo algumas marcas de produtos que eu não uso e com os quais não concordo e já foram várias as vezes que rejeitei certas parcerias, mesmo sendo pagas. E depois há outro lado, que são as marcas pensarem que vivemos de ofertas. Já tive propostas para gravar e editar um vídeo em troca de divulgação nas redes e como sou completamente contra trabalho gratuito disse que não, apesar da empresa que fez a proposta ser grande. E sinceramente acho que este é um dos maiores problemas das parcerias. Para muita gente, receber coisas é sinal de status, é sinal de sucesso num blogue, mas se olharmos bem, qualquer blogue hoje em dia recebe coisas, sejam elas espectaculares ou da parcerias estranhas com lojas chinesas. Os blogues nos últimos anos perderam muita qualidade em termos de escrita para se tornarem verdadeiras montras de produtos completamente random e é exactamente por isto que sou muito selectiva nas marcas com que possa trabalhar. Para mim mais do que fazer uma parceria eu quero é fidelizar leitores, quero alcançar mais audiência e sei que só o consigo sendo o mais honesta possível e partilhando o melhor conteúdo que posso dar. Ao final do dia tenho a certeza que os meus leitores preferem ler um texto que os ajude de alguma forma do que uma publicidade qualquer no blogue e é por isso que acabo por ser bastante picuinhas com parcerias.

 

Quais são os seus conselhos para quem se quer iniciar numa vida mais saudável e equilibrada?

Sem dúvida nenhuma que é: Procura ajuda nutricional de um profissional de saúde. Esquece a dieta da amiga. Esquece os conselhos que as inspirações fit de hoje em dia dão nas redes sociais e esquece as comparações. Procura uma pessoa que te ajude a entender a alimentação como algo perfeitamente normal, que não te crie medos com os alimentos e que te explique que comer é uma coisa super simples, o mundo lá fora hoje em dia, é que faz parecer o contrário. Depois encontra uma modalidade que te apaixona e cuida do teu corpo. E não há mal se essa modalidade for Yoga, Pilates, Zumba ou Natação. Não tens que ir para um ginásio levantar pesos contrariada se o que gostas é de dar umas braçadas na piscina, por exemplo. Equilíbrio acima de tudo é encontrares plenitude na comida e no exercício sem medos e sem comparações.

 

O que significou para si o Blogging for a Cause?

O Blogging for a Cause foi um dos maiores momentos de 2017 sem dúvida. E apesar de ter sido originalmente pensado por mim, só fez sentido porque ao meu lado tive 4 grandes companheiras - Joana Clara, Catarina Alves de Sousa, Andreia Moita e Helena Magalhães - que meteram este projecto a andar. O objectivo do Blogging for a Cause desde o início sempre foi mostrar que o poder dos influenciadores pode ser usado para muitas coisas boas. Nós as 5 amamos blogues. Amamos as sinergias que se criam. E amamos sobretudo partilha. E nós as 5 sabemos o poder que os blogues têm hoje em dia. Na minha cabeça sempre me questionei: se as marcas olham para os blogues como uma excelente forma de divulgação e se os blogues alcançam muita gente, porque não usá-los com o propósito de fazer o bem em vez de estarem somente associados a publicidade pura e dura? A verdade é que das coisas que mais me custam é o excesso de publicidade que os blogues têm hoje em dia. E sim, eu sei que é o ganha pão de muita gente, mas acho que muitos bloggers com o alcance que têm podem fazer mais do que fazem relativamente à solidariedade social. O Blogging for a Cause serviu para mudar um bocadinho a ideia dos influenciadores. Mostrar que quando se quer tudo se consegue e que não é preciso ter um blogue extremamente conhecido para conseguir fazer a diferença. Conseguimos criar um evento 100% solidário e angariar 3085€ somente com o poder que é possível formar no digital. Conseguimos arranjar um espaço, serviço de catering, imensos parceiros e 4 oradoras absolutamente maravilhosas e alinhadas com os nossos valores sem gastar dinheiro absolutamente nenhum e isto é mesmo incrível. Criámos uma tarde memorável e sabemos que fizemos mesmo a diferença com este evento. Acho que acima tudo mostrámos que quando se acredita, tudo dá certo. E no fim, quem ficou a ganhar foram 5 projectos solidários.

 

14.Jan.18

Entrevista Helena Magalhães do blog Helena Magalhães: Do blog para o livro

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A sua experiência com blogs não é recente e a escrita faz parte de si. Helena Magalhães é autora do blog homónimo e do livro Diz-lhe que não. Para além disso, ainda colabora com o Observador e o Brasil Post e foi uma das organizadoras do Blogging for a cause. No seu blog é possível encontrar de tudo um pouco, desde os seus projetos, conselhos amorosos e um dos universos que mais a fascina: os livros. 

Nesta entrevista Helena partilha um pouco do seu percurso pessoal, assim como do percurso do blog, do surgimento do seu primeiro livro e de alguns projetos em que participou.  

 

Quando, como e porquê surgiu o seu blog?

Sempre tive blogues desde os seus primórdios, maioritariamente de escrita, mas nunca os levei muito a sério, eram diários por assim dizer e sempre anónimos. Até me ter despedido da redação onde trabalhava em 2014 e ter decidido – enquanto não sabia o que queria fazer ou se queria continuar a trabalhar como jornalista – criar um blogue que fosse mais sério e que servisse quase como portfólio do que faço (ou sonhava fazer – escrever). Desde esse momento percebi que não poderia se anónimo como até então e que teria de tirar partido da vaga de sucesso dos blogues de moda para explorar mais a minha imagem. Senti que tinha de me dar a conhecer, tinha de ir por um registo mais de lifestyle para, então, poder apostar na escrita. Claro que num momento ou outro mostrei coisas de beleza e de moda mas acabei por encontrar o meu rumo e o The Styland – que entretanto assumiu o meu nome e deixou de se chamar assim – passou a ser essencialmente um blogue de histórias.

 

O seu blog fala de tudo um pouco, em que categoria o insere? Como gosta de ser reconhecida?

Quase nunca digo que tenho um blogue e costumo rir-me quando me perguntam. Digo que tenho um site onde me podem ler, além do livro. Mas claro que é um blogue. Acho que se insere numa categoria de lifestyle – porque falo da vida de maneira geral – mas não é de moda nem de beleza. É um blogue de girl power. Posso dizer isso?

 

Como se posiciona no mundo dos blogs? O que a diferencia das outras bloggers?

Acho que Portugal (e o mundo em geral) está saturado de blogues de moda. Toda a gente quer ter um blogue de moda e de beleza e receber roupa e maquilhagem e ser “instafamous” e ganhar dinheiro mas pouca gente tem ideias originais ou procura fazer diferente, pensar fora da caixa ou ter uma estratégia. E honestamente – não quero ser mal interpretada – acho que é exactamente aí que me diferencio das outras bloggers. Uma das coisas que me faz fechar um blogue e não ler mais nada é quando vejo marcas, marcas, marcas por todo o lado. Tudo são reviews, tudo são posts patrocinados, tudo são novidades, tudo são produtos, tudo são sugestões de compras, tudo são looks... Mas pouca gente tem realmente algo para dizer. Os blogues tornaram-se catálogos e perderam a sua essência que era comunicar e aproximar as pessoas. Uma das coisas que costumo dizer é que antes das marcas é preciso conquistar os leitores. E esse foi sempre o meu foco desde o início. Eu queria falar de relações, da vida, de amor, de livros, queria contar histórias, queria, de alguma forma, sentir que poderia estar a mudar a vida de quem me lesse (nem que fosse por alegrar o seu dia com uma crónica sobre homens). Claro que pelo meio também andei a chapinhar na água e fiz muitas coisas com as quais não me identificava – posts de moda, roupa ou beleza – mas acho que é normal. Acho que temos de ir fazendo até encontrarmos o nosso rumo e o nosso público.

 

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O blog mudou recentemente de "The Styland" para "Helena Magalhães". O que originou essa mudança?

Já queria ter mudado o nome antes do meu primeiro livro ser lançado mas na altura não se proporcionou. Nessa altura em particular senti que o nome do blogue não me reflectia e sempre que me perguntavam onde me podiam ler, quase que tinha vergonha de o dizer. Quando o criei, queria que fosse um nome geral – styland pareceu-me bastante geral – mas acabou por ficar muito associado a “style” que não era de todo o meu objectivo. Quando comecei a perceber que as pessoas cada vez mais me reconheciam pelo meu nome e cada vez menos pelo nome do blogue, fiz todas as mudanças. Acho que foi a melhor opção.

 

Sente que a sua formação de base contribui para o caminho que seguiu com a criação do blog? De que forma?

Sem dúvida. Eu formei-me em política social porque queria mudar o mundo e depois em criminologia porque estava a trabalhar com mulheres em violência doméstica. E o mais engraçado é que toda a gente sempre achou que eu iria tirar jornalismo – e ainda pensei em candidatar-me mas à última hora mudei de ideias. Na altura não pensei que também poderia mudar o mundo com a minha voz mas a vida acabou por me levar para aí e foi quando mudei para o jornalismo e para a escrita. Acho que quem lê o blogue consegue perceber as minhas bases, o porquê de falar tanto de feminismo, de empowerment, de empreendedorismo, de força, de poder, de vida e de ser um blogue totalmente focado em dar armas às mulheres – mas de uma forma que não é chata (espero eheh).

 

A rúbrica "Amor é outra coisa" é um sucesso. Foi esta que deu origem ao livro “Diz-lhe que não”? Como surgiu a passagem do blog para o livro?

A ideia inicial até era criar um livro de crónicas – ou reunir algumas do blogue com outras novas – mas sempre senti que o caminho não seria esse porque crónicas não criam envolvência e não vendem. Funcionam em digital mas não senti que funcionassem em papel. O livro teria de ter uma história de pano de fundo e teria de criar “tesão” por assim dizer no leitor, fazê-lo identificar-se com as histórias e querer chegar ao fim para ler o seu desfecho. As crónicas começaram a ter sucesso talvez porque eram escritas num tom sarcástico e porque eu contava experiências pessoais (e de amigas) com que as mulheres se identificavam e, ao mesmo tempo, se divertiam a ler. Se me tivessem dito, quando criei o blogue, que daí iria finalmente dar vida ao meu primeiro livro, eu nunca teria acreditado. Porque sempre achei que a minha oportunidade de começar a escrever seria totalmente fora da minha “personalidade” blogger. Mas a vida dá muitas voltas... E o digital mudou a minha vida.

 

O que lhe trouxe de novo o livro?

Acho que, acima de tudo, me fez chegar a milhares de pessoas que não me conheciam do blogue e que, com isso, começaram a conhecer, a ler, a seguir e se tornaram leitores fiéis. E acho que isso é muito difícil no digital onde as redes sociais (como youtube e instagram) dominam por serem mais rápidas. Numa altura em que a escrita em digital esteve quase à beira da morte (ouvi dezenas de vezes que ninguém tinha pachorra para ler e as pessoas queriam era ver fotografias), sinto que encontrei o público certo e consegui fazer com que as pessoas tivessem novamente vontade de ler blogues com textos longos. E trouxe-me mais credibilidade, que era o que queria. Abriu-me portas para, no futuro, me poder dedicar a 100% à escrita que é o que sempre sonhei fazer da vida.

 

Explique-nos o "Projeto 26 mil horas"

Toda a gente já trabalhou em empresas de “merda”, por assim dizer. E as 26 mil horas é, basicamente, uma crónica laboral. É para entreter no meio de muitas mensagens subliminares. Estão sempre a perguntar-me se é mesmo ficção. E eu digo que podemos contar histórias através da ficção.

 

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O seu trabalho no Observador e no Brasil Post é um complemento do blog, ou funciona ao contrário? Quanto tempo da sua semana dedica ao blog?

Eu adoro escrever, como já perceberam. E uma das razões porque me recuso a falar de beleza no blogue é porque esse já é o meu trabalho no Observador onde escrevo no segmento de beleza e bem estar. E o blogue é para mim um escape, o meu espaço pessoal onde posso escrever sem reservas e sem filtros. Onde sou eu. O Brasil Post replica algumas das crónicas d’O Amor é Outra Coisa e tem outras originais mas é sempre focado em relações. Acho que nada se complementa e são apenas várias facetas do meu trabalho. Eu vejo o blogue como um trabalho porque acaba por ser o meu trabalho, onde me podem ler, onde me dou a conhecer. E, como todos os trabalhos, isso implica muita dedicação. É preciso gostar do que se faz porque eu passo muitas horas por dia ao computador. Não escrevo no blogue todos os dias porque não tenho tempo (entre o segundo livro e o Observador) e porque não quero cansar os leitores. Às vezes é preferível ter poucos conteúdos semanais mas, sempre que sai um, ser relevante, ser pensado e bem trabalhado, do que estar a despejar coisas que não têm interesse nenhum só para encher.

 

Como vê uma parceria de uma marca num blog como o "Helena Magalhães"? Que tipo e marcas e parcerias fazem sentido para si, para o seu blog?

Eu rejeito, provavelmente, 90% das parcerias que chegam até mim. Porque jamais me vou tornar um catálogo (ou como costumo dizer na brincadeira, uma blogger-papa-marcas). E porque a maioria não faz sentido, afasta os leitores e dá cabo da imagem de uma pessoa. Uma das coisas que mais digo e repito é que quem quer vingar neste meio tem de saber dizer não e ter uma estratégia bem definida. E pensar bem nas coisas a que se associa. Para mim, só me faz sentido ter parcerias com marcas com quem possa contar uma história que traga algo de relevante a mim e ao leitor. E procuro sempre manter uma imagem coerente com a própria narrativa que vou contando a quem me segue. Não faz sentido hoje associar-me à marca X e passados três meses associar-me ao concorrente só porque pagaram mais. Ou fazer uma parceria com uma marca de grande consumo e no mês seguinte com uma marca de luxo, alegando sempre que é tudo bom, tudo fantástico e adoro tudo. Acabamos por nos tornar papa-marcas e perder a coerência na história que contamos a quem nos segue. Estar a falar do creme X, dos sapatos Y e do sumo Z só porque sim (ou porque mandaram o produto ou até porque pagaram) é a estratégia mais errada que alguém pode ter. E ainda mais se outras quarenta bloggers estiverem a falar do mesmo. No final do dia, para quem estamos a comunicar? Para o público ou para outras bloggers e marcas?

 

Porquê o “Blogging for a Cause”? O que significa para si, como blogger?

O Blogging For a Cause nasceu da ideia de se tentar fazer, no espírito do natal, algo solidário com alguma mensagem positiva. Toda a gente faz mercados ou vende coisas e faz passatempos mas nós queríamos fazer algo que pudesse realmente ter algum impacto na vida de quem participasse e, ainda assim, ser solidário. Tal como todas as ideias, começámos com algo megalómano, de chegar a centenas de pessoas, fazer um evento num espaço enorme e acabámos por ser realistas e chegar à conclusão de que não valia pena querer angariar milhares e não ter meios para fazer nada. Para mim significou mostrar que ser blogger é muito mais que falar de roupa e de maquilhagem, que fazer vídeos e tirar fotografias. Ser blogger significa que temos uma mensagem, que temos até alguma responsabilidade porque somos um canal aberto a qualquer pessoa. E temos que usar a nossa voz para mais. Sinto que é da nossa obrigação – enquanto seres humanos – usarmos a nossa voz. E quando somos (quase) figuras (mais ou menos) publicas, essa voz pode ser usada para coisas incríveis.  Acabámos por criar um evento solidário no limite das 50 pessoas cujo valor do bilhete seria revertido a 100% para 5 causas solidárias. Os participantes no evento teriam uma tarde com 4 workshops que acreditávamos que teriam um impacto nas suas vidas. Convidámos 4 mulheres que trabalham em áreas da vida diferente (yoga, alimentação saudável, mudar de vida e empreendedorismo) e juntámos mais de 3 mil euros que foram totalmente entregues a 5 associações. E isto é o poder do digital: juntar as pessoas, criar movimentos, fazer algo que pode mesmo fazer uma diferença (mesmo que pequena) no mundo. O importante é mesmo fazer alguma coisa.

 

07.Jan.18

Entrevista Marta Rodrigues do blog Birras em Direto: O lado materno de uma apresentadora de TV

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A comunicação está-lhe no sangue e o percurso profissional é um reflexo da sua facilidade em comunicar. Marta Rodrigues é apresentadora e blogger no Birras em Direto, onde partilha um pouco do seu dia a dia como mãe. No blog, Marta dá a conhecer a "família Birras" e escreve, não só sobre maternidade, como também sobre viagens e dasabafos de mãe e mulher.

A sua facilidade em comunicar levou-a mais além e está também pelo Youtube, um dos temas abordados nesta entrevista ao Influenciadores. 

 

Sente que o título do blog a limita ao tema da maternidade?

Talvez mas quando pensei criar um blog sabia que o foco seria a maternidade / família, no entanto sou Mãe mas também sou Mulher. No blog podemos encontrar desabafos, dicas, viagens em família, entrevistas, vídeos e muitas outras coisas ligadas à maternidade mas outras nem por isso. O nome surgiu de repente, depois do meu filho fazer uma daquelas birras intermináveis e como sou jornalista achei que pudesse ficar engraçado "Birras em Direto". Na realidade podem acompanhar as birras de um puto de 2 anos mas também de uma mãe de 31. 

 

Quais são os maiores desafios de escrever sobre a maternidade?

Sempre escrevi de forma genuína, escrevo o que sinto, as minhas dificuldades enquanto Mãe, os desafios do dia a dia e talvez por isso os artigos sejam tão bem recebidos. Não sou uma Mãe perfeita e espelho isso na minha escrita! A maternidade é um tema bastante sensível, toda a gente gosta de opinar na educação dos nosso filhos e cada Mãe é diferente. Tenho algum cuidado para deixar bem explicito que não sou nenhuma perita no assunto, não sou nenhuma terapeuta familiar, sou apenas uma Mãe que todos os dias tenta aprender coisas novas para implementar no desenvolvimento do seu filho e desta forma decido partilhar.

 

Qual é a pior parte de ter um blog sobre a maternidade e como lida com ela?

Quando partilho um artigo está sempre ligado a uma experiência, pode até ser um texto de dicas para outras mães mas relato sempre as vivências pessoais. De alguma forma poderei estar a abrir a porta da nossa casa e a expor demasiado a nossa vida mas também controlo bastante o que publico.

 

Como faz a seleção entre o que partilhar e o que não partilhar?

Inicialmente essa questão estava muito presente na minha cabeça, tinha muito receio de publicar certos artigos que pudessem provocar reações menos boas e eu não saberia lidar com elas, como por exemplo um artigo que publiquei“ São todos muito bons pais quando não têm filhos ”. Este artigo foi muito partilhado e sabia que os Pais entenderiam e estariam do meu lado mas aqueles que ainda não tivessem passado pela experiência da maternidade poderiam levar a mal. Foi um artigo escrito depois de algumas vivências  menos positivas com amigos e foi basicamente um desabafo. Partilho o que sinto e o que acho que possa fazer sentido para outras mães, que se possam identificar e desta forma aliviar um pouco o peso das constantes dúvidas " Estarei a ser boa mãe? Mimo muito o meu filho? Está mal educado por minha culpa? " etc.

 

Existem temas tabu que não são tão bem recebidos pelos leitores?

Tema Tabu não diria mas existe um tema que acho bastante polémico, co-sleeping. Este é dos temas onde encontro mais controvérsia. Tenho uma opinião formada sobre ele e até já partilhei no blog. 

 

Sente que o público dos blogs sobre maternidade é exclusivamente feminino, ou existem alguns homens curiosos?

Diria que 90% é feminino, pelo menos pelo que vejo nos outros blogs e no meu caso igualmente mas também tenho alguns homens curiosos e fazem questão de comentar o artigo.

 

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Como lida com a exposição?

Lido bem! Sou jornalista há anos, apresentei magazines culturais e programas de turismo na tv e devo confessar que nunca tive tanta interação e feedback como agora. As pessoas agradecem a partilha, não se sentem sozinhas com alguns dos meus desabafos e é isto que me dá força para continuar a escrever e a partilhar as minhas experiências. O blog tem apenas 3 meses e os resultados deixam-me muito feliz, estava preparada para falar para poucas pessoas (apenas família e amigos) durante o primeiro ou o segundo ano e aconteceu o contrário. Superou muito as minhas expectativas.  

 

Sente que o crescimento das crianças tem influência no rumo do blog?

De certa forma sim. O meu objetivo é partilhar tudo aquilo que vai em mim, enquanto Mãe e enquanto Mulher. Tudo o que me rodeia está totalmente interligado ao que escrevo e mostro ao mundo através do blog. Lá podem acompanhar o desenvolvimento do Rafael, as minhas dificuldades em lidar com os 2 anos e posteriormente falarei de outras idades, outras birras, outros assuntos... 

 

Quais os seus conselhos para criar um canal de YouTube relacionado com a maternidade?

Quando criei o blog pensei logo que tinha de fazer vídeos pois era onde me sentia mais à vontade, mais propriamente entrevistas. Coloco todos os vídeos no youtube mas não faço a divulgação no facebook através da mesma plataforma. Coloco diretamente os vídeos no facebook e deste modo consigo chegar a mais pessoas. Ainda não explorei muito o youtube como plataforma de divulgação de conteúdos de maternidade. São muitas redes sociais para gerir, neste momento o foco está no blog e no facebook, posteriormente será o instagram e quem sabe o youtube.

 

Sente que o facto de ser profissional de comunicação facilita a criação de conteúdos para o blog? Sente-se mais à vontade para fazer vídeos por já ter essa formação de base?

Sim sem dúvida, sei que o vídeo intimida muito as pessoas e quando proponho uma entrevista dou prioridade ao vídeo, caso não se sintam confortáveis faço entrevista escrita. Amo comunicar para uma câmara, é um adrenalina diferente, apesar da escrita ser o meu novo romance, uma descoberta que está a ser incrível. Desde que me formei sempre trabalhei em tv, a escrita é diferente e na maioria das vezes era tudo improvisado por isso estou a adorar esta nova fase.

 

05.Jan.18

A era dos Influenciadores

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Os infuenciadores digitais nunca estiveram tão "na moda" e os termos seguidores e visualizações fazem, cada vez mais, parte do nosso quotidiano. Os meios digitais ditaram o surgimento de influenciadores que, rapidamente, se tornaram líderes de opinião nas mais diversas áreas.

A hegemonia de bloggers e, mais recentemente vloggers, despertou a atenção de marcas e agências de comunicação que não ficaram indiferentes ao poder para influenciar das novas celebridades. 

A revista SÁBADO também não ficou indiferente ao fenómeno dos Influenciadores digitais e escreveu um artigo onde os bloggers são as estrelas. Carolina Afosnso e Sandra Alvarez, autoras do Ser Blogger, fazem parte do conjunto de especialistas consultados sobre este tema. O artigo está disponível na íntegra na edição 714 da Revista SÁBADO, já nas bancas, e online em: https://goo.gl/3o1XiU